Mesmo que tomada pelo Alzheimer, nunca me vou esquecer:


Dos meus avós! 
E hoje é o Dia dos Avós! Dos quatro avós a que toda a gente tem direito, eu já só tenho a avó paterna. Tem 93 anos e está num lar. Damos-lhe toda a assistência que podemos, mas ela já pouco interage connosco.
Mas de toda a minha vida, não é dela que tenho as melhores memórias. É aliás dos meus avós maternos que mais me lembro, principalmente do meu avô A.
Lembro-me da calma dele, do sorriso permanente, do ensinar-me sempre qualquer coisa e de me ir buscar leite de cabra, à noite, para o meu Nestum do jantar. Aquele gesto era tudo para mim, fazia-me sentir o cento da casa.
Era na casa deles que ficávamos quando íamos à terra. Era a casa onde cabia sempre mais um, onde passei sempre as minhas férias, até que a vida nos trocou as voltas. Passávamos juntos apenas no máximo um mês, mas eu adorava-os. A minha avó era mais complicada, mas ainda assim uma graça. Lembro-me por exemplo de um dia, em que fomos dar com ela a rir-se sozinha e ao perguntar-mos o que se passava, ela dizer com toda a naturalidade "Então é o senhor da televisão que se está a rir para mim e eu ri-me para ele."
Os meus pais nunca nos "largaram" em casa dos avós, para irem a lado nenhum, nem que fosse para trabalharem. Sempre fomos com eles e eram eles que cuidavam de nós, mas sei que o contacto com os meus avós foi importantíssimo para mim. E hoje sinto-lhes a falta, um pouquinho mais.

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