Coisas que às vezes me distanciam do "ser gaja" - #4

Quando era pequenina lembro-me de pedir ao meu pai para ir ao parque e ele dizer que não podia. Eu achava que a culpa era da bola que ele estava a rádio, não me apercebia que era por ele estar cansado do trabalho. Ganhei então uma certa aversão ao futebol. Até ao dia em que me sentei para ver um jogo do principio ao fim e fiquei maravilhada!
Com 6 anos eu já sabia o que era um fora de jogo e o futebol começou a fazer parte dos meus interesses do dia a dia. Hoje amo futebol!
Sei que nos dias que correm o gostar e perceber de futebol já não é exclusivo dos homens, mas na altura em que era pequena e na minha adolescência, ainda era um bocado estranho. Coisa que a mim não me fazia mossa nenhuma. Assim estava sempre rodeada de rapazes, eles admiravam-me e eu adorava (as verdades são para serem ditas). Eu era mesmo a miúda da turma que levava a bola para a escola, coisa que era habito dos rapazes.
Enquanto as minhas colegas faziam intrigas, cortavam no que A e B levavam vestido, eu discutia posições no campo e defendia a minha baliza, qual Vitor Baía. Enquanto elas babavam por actores e cantores, eu adorava jogadores de futebol. Enquanto elas desfilavam no recreio e sonhavam em ser modelos, eu queria ser jogadora de futebol. Nunca tive oportunidade para isso, a vida assim não o quis, a altura era outra e quando estive mais perto de realizar o sonho ainda que de forma muito amadora, a coisa também não se chegou a dar.
Hoje não perco um jogo que dê na televisão (salvo raras excepções), gosto de ver as ligas estrangeiras, de me informar sobre os jogadores, conhecer as tácticas das equipas, trocar impressões com os amigos no final do jogo, discutir que nem uma louca durante o jogo, esbracejar, espernear, gritar a plenos pulmões. Tudo na companhia do meu pai, que é sempre a melhor e com quem aprendi a amar futebol!