Deste marasmo infernal

Não gosto do inverno, parece que fica tudo mais cinzento, mais deprimente, mais parado. Os dias ficam enormemente mais pequenos e depois, temos a chuva e o frio. Ah, detesto!
Tudo isto é mau principalmente para quem tem de sair de casa todos os dias para ir trabalhar, mas acreditem que não é melhor para quem está desempregado e fica em casa.
Mesmo que se apanhe uma valente molha desde o transporte até ao local de trabalho, isso depois passa nas horas em que se está ocupado a trabalhar, mas para nós desempregados não.
No meu caso nesses dias, passo-o à frente do computador à procura daquele anúncio a que possa preencher os requisitos (muitas das vezes até aos que não preencha), de empresas para as quais mandar uma candidatura espontânea e a olhar para fora, a ver a chuva cair. Mas isto não acontece só quando está de chuva. Também acontece nos dias de sol, nos dias nublados, nos dias de vento, nos fins-de-semana, nos feriados, nos dias santos...em suma, todos os dias.
E por mais que tentemos ser positivos, a realidade dos telejornais, a nossa própria realidade atira-nos para um certo pessimismo sempre presente. Quando mandamos um currículo, já ficamos mais à espera que não nos respondam do que sequer de um não. E olhar para o futuro chega a ser doloroso.
Eu quero ter um futuro, não quero sequer casar, quero apenas poder juntar-me com o meu namorado, ter a minha vida, pagar as minhas contas, fazer planos para filhos. Eu só quero ter um futuro, porra! E tudo isto está adiado há quase 1 ano, porque fiquei sem trabalho.
Mas no meio de tudo isto tenho um pai maravilhoso e um namorado extraordinário, que me motiva, que diz que tudo vai melhorar, que vamos ter um futuro. Porque nós temos futuro!